História
A Norte de Portugal, atravessada pelo Rio Tâmega e aconchegada pelas serras do Marão e da Aboboreira, existe uma região onde a história e a cultura abundam. Aqui fica Amarante, detentora de um vasto património, que se convida a conhecer e desfrutar.
Acredita-se que a cidade e o concelho devem a sua origem a povos primitivos que demandaram a Serra da Aboboreira – onde abundam dólmens e outros vestígios arqueológicos -, mas não se descara outra hipótese: a influência de povoados que remontam ao período romano.
No século XII, dá-se um passo decisivo. A rainha D. Mafalda, esposa de D. Afonso Henriques, terá ordenado a construção da Albergaria do Covelo do Tâmega, à semelhança da Albergaria do Sobre Tâmega, no Marco de Canaveses. Mais do que um abrigo para viajantes e desfavorecidos, a Albergaria nasceu como um símbolo de vitalidade para a região. Em torno do edifício viria a aumentar o volume populacional. Teve localização na Rua 31 de Janeiro, tendo sido demolida em 1939, onde hoje poderá degustar alguma da gastronomia de Amarante. Na cidade haveria uma outra albergaria que se situaria na atual Rua Pe. Paulino Cabral, datada de 1192.
Mas é pela figura de São Gonçalo que Amarante vai mais longe. Venerado pelo povo, o frade dominicano chega à região com intuito evangelizador e rapidamente se deixa seduzir pela terra.
Muito de Amarante se deve, aliás, ao pregador. O exemplo está na antiga ponte medieval, reconstruída pelo próprio São Gonçalo, sobre o rio Tâmega. A obra, aliada à fama do santo, explica a forte afluência de peregrinos ao território e o crescimento da população. Ao mesmo tempo, o nascimento de diversos mosteiros e conventos viria a consolidar uma região que, hoje, se destaca por ser um verdadeiro centro cultural.
É em homenagem ao frade que, no século XVI, D. João III autoriza a construção da Igreja do Convento de São Gonçalo de Amarante, no local da capela primitiva, onde o pregador terá sido sepultado. O convento é, atualmente, uma atração turística enriquecida, entre outros estilos arquitetónicos, pelo barroco; um ponto de paragem obrigatório para qualquer visitante.
As marcas de bala de canhão, ainda visíveis na fachada do convento, evidenciam um episódio de heroica resistência lusa. Corria o ano de 1809 quando, durante as segundas invasões francesas, as tropas de Napoleão Bonaparte foram travadas, durante 14 dias, na sua intenção de atravessar a ponte de S. Gonçalo, que une as duas margens do rio Tâmega.
A história, as artes e a literatura estão bem presentes numa cidade que afirma uma faceta criativa. Afinal de contas, Amarante foi berço de génios que emprestaram o seu talento àquelas áreas. Nomes como Amadeo de Souza-Cardoso, Agustina Bessa-Luís ou Teixeira de Pascoaes não soarão, de facto, estranhos, mesmo aos ouvidos mais distraídos.
Participar nas festas da cidade, e em concreto na romaria de São Gonçalo, está entre as experiências imperdíveis para quem visita Amarante. E, entre os cerca de 302 quilómetros quadrados de um concelho vestido pelo verde da paisagem, difícil é a escolha, ante uma oferta muito variada que inclui o golfe, a escalada ou os banhos na estância termal.
Cultural e criativa por natureza, a cidade de Amarante ganhou ainda mais protagonismo, em outubro de 2017, quando foi classificada pela UNESCO como Cidade Criativa da Música. Como verá neste site, são muitos os motivos que levam Amarante a ser o destino a não perder no Norte de Portugal.