Agustina Bessa-Luís

Agustina Bessa-Luís

O encontro com livros, logo durante a infância, seduziu Maria Agustina Teixeira Bessa-Luís. Entre romances, peças de teatro ou contos, foram várias as obras publicadas pela escritora – mais de 40 em cinco décadas. Com um estilo neorromântico, Agustina Bessa-Luís escreveu sobre temas como a condição humana ou o bem e o mal. O Prémio Camões, um dos mais prestigiados no mundo lusófono, está entre as várias distinções que lhe foram outorgadas.

Maria Agustina Ferreira Teixeira Bessa-Luís, nascida a 1922 em Vila Meã, Amarante e cedo se enamorou da escrita. O encontro com os livros acontece logo na infância e na adolescência, fruto do tempo passado na biblioteca do avô materno.

Grande admiradora dos clássicos ingleses e franceses, Agustina via, em cada livro, uma companhia e cedo se deixou-se seduzir pela arte de escrever.

Logo aos 26 anos, em 1948, lançou o primeiro romance – “Mundo Fechado”. E não parou mais. Ao longo de cinco décadas, publicou mais de 40 títulos. A obra é extensa, mas, mais do que isso, plural. Muitos foram os géneros com que Agustina Bessa-Luís enriqueceu o panorama literário português: peças de teatro, contos, romances ou biografias.

A qualidade da escrita da autora valeu-lhe prémios e distinções incontáveis. Destacam-se, o Prémio Delfim Guimarães, em 1953, o prémio Eça de Queiroz – graças ao romance “A Sibila”, que lhe deu visibilidade na ficção nacional – e, motivo de orgulho maior, o Prémio Camões, em 2004.

Agustina Bessa-Luís era uma cidadã de convicções firmes; insubmissa por natureza. Era uma observadora atenta da realidade social e não olhava a preconceitos. Escrevia sobre a condição e natureza humanas, sobre o bem e o mal, com ironia e sabedoria. Influenciava, mas também se deixava influenciar. A escritora é tida, aliás, como herdeira de Camilo Castelo Branco, por transportar para as páginas dos seus livros um estilo neorromântico.

As qualidades de Agustina expandiam-se a outros campos. No cinema, por exemplo, chegou a acompanhar a adaptação, por Manoel de Oliveira, de algumas histórias que escreveu, como como “Vale Abraão” ou “Fanny Owen”. Foi, também, diretora do jornal “Primeiro de Janeiro” e responsável pelo Teatro Nacional D. Maria II.

Pela destreza com que dominava a palavra, foi amplo o mérito atribuído à escritora. Hoje, Agustina Bessa-Luís é recordada por trazer ao património das letras uma riqueza de tamanho inigualável. Conheça melhor a escritora participando no programa Agustina: “A história é uma ficção controlada”, promovido pela Rota do Românico.