Acácio Lino
Acácio Lino
Filho de uma numerosa família de lavradores abastados, Acácio Lino foi um mestre da pintura. Deixou o curso de Medicina para se dedicar a duas grandes paixões: o desenho histórico e a pintura paisagística. Para as telas trazia grandes acontecimentos da história nacional e cenários ligados ao campo e à vida rural. Já a construção de bustos revelava outro talento, que era a escultura. No Museu Municipal de Amadeo de Souza-Cardoso e na Casa-Museu de Acácio Lino, podem ser vistas várias das obras deste génio das artes.
A 25 de fevereiro de 1878, nascia, na freguesia de Travanca o sétimo de 12 filhos de uma família de lavradores abastados. Acácio Lino de Magalhães foi um semeador de história e de cultura; um génio do pincel e das artes, no geral.
Contra a vontade do pai, deixou Medicina para perseguir uma paixão que nascera ainda na infância: a pintura. Depois de terminar o curso na Academia Portuense de Belas Artes, ruma a Paris, como bolseiro do Estado. Em Paris, convive, durante anos, com personalidades da esfera artística.
Após o regresso ao Porto, Acácio Lino agarra-se a um dos maiores gostos: o desenho histórico. Grande parte da obra do pintor reflete, aliás, o passado; grandes marcos da história lusa. Trabalhos como “A Batalha de São Mamede”, “A Reconstrução de Lisboa pelo Marquês de Pombal” ou “O Grande Desvairo” são alguns destaques do artista neste campo.
Mas a pintura paisagista também merece atenção. As raízes do pintor, em Amarante, e o cenário bucólico em que cresceu foram motor de inspiração. Lá, na casa das Figueiras, em Travanca, pintava sobre o campo e sobre a natureza, criando grandes obras ligadas à vida rural. E era no mesmo espaço que dava sinais de outros dotes: a escultura. Os bustos da esposa, Dina, de Soares dos Reis ou de António do Lago Cerqueira pontificam no portefólio do artista.
Hoje, quer as obras de pintura, quer as de escultura podem ser apreciadas por Portugal fora. Há trabalhos expostos, por exemplo, no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante, no Palácio de Belém, na Assembleia da República, no Museu Grão Vasco, em Viseu, ou no Teatro Nacional de São João, no Porto.
Em Travanca, a casa onde morou é, hoje, a Casa-Museu de Acácio Lino, onde está muito do seu espólio. Entre visitas organizadas, workshops e tertúlias, há muito para experienciar no espaço onde cresceu o génio artístico por Natureza.