Pedalar em Amarante (e no Vale do Tâmega)
Nicolau Ribeiro
Escolher Amarante para atividades ligadas à Natureza é, seja qual for a época do ano, uma ótima opção. A oferta é diversa e vai da simples observação de aves à possibilidade de se experimentarem percursos e rotas de montanha, de se fazerem escaladas e, pensando-se em rios, rafting ou mesmo caminhadas na água!
Mas não só. Os amantes das bicicletas encontram em Amarante e na região condições ideais para os seus passeios, proporcionadas pela Ecopista do Vale do Tâmega, tida, de resto, como referência no âmbito da Rede Europeia de Vias Verdes.
Construída no canal da antiga linha de caminho-de-ferro do Tâmega, a Ecopista teria o seu primeiro troço, de 10 quilómetros, inaugurado em abril de 2011, ligando a estação de Amarante e a fronteira do concelho com Celorico de Basto (cerca de 0,8 quilómetros depois da estação da Chapa)
Depois de Amarante, os três municípios de Basto (Celorico, Mondim e Cabeceiras) procederam, também, nos seus territórios, à adaptação do canal da Linha do Tâmega a ecopista, pelo que, hoje, existem 39 quilómetros de via, utilizáveis de diversas formas (para caminhar, fazer jogging, andar de patins ou de skate), mas onde as bicicletas predominam.
“Quem procura Amarante para uma visita ou férias e não trouxe bicicleta, pode alugar uma. A “Amarantrilhos” é uma operadora local com oferta especializada em percursos pedestres e cicláveis e dispõe de bicicletas (normais ou elétricas) para alugar a quem queira partir à aventura. Seja para utilização na Ecopista do Tâmega ou em terrenos de montanha, individualmente ou em grupo”.
De facto, são em grande número os que, diariamente, mas sobretudo aos fins-de-semana e férias utilizam a Ecopista do Tâmega para pedalar. Fazem-no individualmente ou entre amigos e há mesmo famílias inteiras, pais e filhos, a andarem de bicicleta.
A partida é, invariavelmente, feita da estação de Amarante e cada “ciclista” escolhe a distância que quer percorrer. Se se deixa levar, aceite o nosso convite e venha daí para os primeiros 10 quilómetros de Ecopista do Vale do Tâmega, feitos em território de Amarante.
Circule pela direita (há outros ciclistas a a fazerem o percurso em sentido inverso). Cumprido o primeiro quilómetro, está a passar ao lado das antigas indústrias Tabopan, que já foram das maiores da Península Ibérica e deram emprego a mais de três mil pessoas. Pouco depois, entrará numa zona densamente florestada, com plantas e árvores e autóctones, onde predominam o carvalho português (quercus faginea) e o sobreiro, em manchas aqui e ali salpicadas de medronheiros.
Não tarda, estará a atingir um dos pontos mais emblemáticos da Ecopista do Tâmega: trata-se do túnel de Gatão, o único em todo o traçado da antiga linha e que tem uma extensão de 150 metros. Transposto o túnel, inicia-se uma descida (ligeira) que a(o) há de levar à ponte sobre a Ribeira de Santa Natália.
Cerca de quilómetro e meio depois do túnel, ficam o cais e o edifício (recuperado) da antiga estação de Gatão, com magníficos painéis de azulejos e, 150 metros à frente, do lado direito, está a Igreja românica de Gatão. O templo, datado do século XIII, integra a Rota do Românico do Tâmega e Sousa. No cemitério ao lado, está sepultado Teixeira de Pascoaes, escritor amarantino e nome grande da literatura nacional.
De Gatão, são muito apreciados os seus vinhos verdes, brancos e tintos. Não estranhe, por isso, os muitos hectares de vinha que, no percurso até à estação da Chapa, bordejam a ecopista.
Com o aproximar daquela estação, passará a ponte de Santa Natália, que tomou o nome da ribeira que transpõe. A ribeira, saiba, nasce no concelho de Celorico de Basto, a 840 metros de altitude, percorrendo 16 quilómetros até mergulhar no Tâmega.
E pronto. Pouco mais de um quilómetro depois, estará na Estação da Chapa e, logo a seguir, no limite do concelho de Amarante, tendo pedalado à volta de 10 quilómetros. Faça o percurso em sentido inverso ou siga em frente. Se for esta a sua opção, atravessará os concelhos de Celorico de Basto, Mondim de Basto e chegará a Cabeceiras de Basto, em cuja estação de Arco de Baúlhe termina a Ecopista do Vale do Tâmega.
Não tem bicicleta? Pode alugar uma
Quem procura Amarante para uma visita ou férias e não trouxe bicicleta, pode alugar uma. A “Amarantrilhos” é uma operadora local com oferta especializada em percursos pedestres e cicláveis e dispõe de bicicletas (normais ou elétricas) para alugar a quem queira partir à aventura. Seja para utilização na Ecopista do Tâmega ou em terrenos de montanha, individualmente ou em grupo.
Para além disso, aquela empresa oferece um portefólio de percursos organizados, com guia, feitos na cidade ou em trilhos das serras do Marão (que incluem as aldeias de Vieiros e Canadelo) e Aboboreira. Os percursos feitos na cidade são focados no património histórico e arquitetónico e incluem as margens do Tâmega.
A pensar em passeios de bicicleta em família, a “Amarantrilhos” aluga, também, cadeiras para transporte de crianças.