Marão: a Natureza como destino
Nicolau Ribeiro
“Bem alto é o Marão e não dá palha nem grão”, diz o aforismo popular. E não dá mesmo, sobretudo às cotas mais altas, que sobem até aos 1.415 metros. Mas é daqui, do cume da serra, que descem linhas de água que alimentam e servem de leito a ribeiras e riachos que correm apressados, encosta abaixo, ao encontro dos povoados do sopé da montanha, habitados por gente rude e trabalhadora: gente que desbrava a terra, que cria animais que leva a pastar e usa no governo da casa, ou que tem como força de tração para a agricultura. Gente que faz o jugo ou a cesta. E que coze o pão.
“E são muitas as atividades a que a serra convida: caminhadas, escaladas, desportos aventura (como o parapente), BTT e até a caça e pesca. E há locais que são de visita obrigatória: o Viveiro das Trutas; a Senhora de Moreira e a Senhora da Serra; a Casa das Neves, ou a Lameira”.
No Marão, a tradição ainda é o que era e vive em aldeias preservadas: Canadelo, Covêlo do Monte, Murgido, Póvoa… Aldeias de casas feitas de xisto e granito, com cobertura de lousa, espigueiros e eiras em que o milho amarelece e seca; onde cada morador é comparte do território e usufrui do que os baldios dão, seja a lenha que a lareira consome no inverno, quando a neve chega, ou os pastos e as zonas de pastoreio onde se alimenta o gado: as cabras, as ovelhas ou a vitela maronesa. Aldeias onde ainda se ouve o acordeão e a rabeca chuleira, se canta ao desafio e se recebe com a Tuna os que em agosto retornam por saudade, de abraço apertado, para provarem o fumeiro, o assado do forno ou o tinto guardado debaixo do lagar. E que sobem à ermida, agradecidos, pagando promessas e, em dia de festa, oferecem o ombro para transportar o andor na procissão.
Na serra do Marão, imponente, não é o particular que chama a atenção. É o todo que impressiona: as antigas minas de estanho e volfrâmio, de galerias profundas; o horizonte, largo, a perder de vista; a diversidade florestal, autóctone, feita de carvalhos, bétulas, pinheiros larícios, conforme o solo e a altitude; a paisagem, o ar que se respira, as fragas, as escarpas, a urze ou a carqueja, os corsos ou a perdiz, a raposa e o lobo, às vezes… E o silêncio, que convida ao relaxe, à contemplação e à descoberta.
E são muitas as atividades a que a serra convida: caminhadas, escaladas, desportos aventura (como o parapente), BTT e até a caça e pesca. E há locais que são de visita obrigatória: o Viveiro das Trutas; a Senhora de Moreira e a Senhora da Serra; a Casa das Neves, ou a Lameira.
Um dia destes, suba ao Marão: a Natureza é o destino.
O que pode fazer no Marão.
Percurso Pedestre – Subida ao alto da Serra do Marão
Partindo-se da aldeia de Soutelo, são 12,6 quilómetros de caminhada, sempre a subir, até se atingir o ponto mais alto da serra do Marão, aos 1416 metros, que um marco geodésico assinala. Daqui, com a Senhora da Serra ao lado, desfrutam-se vistas deslumbrantes sobre penedios, áreas florestadas e de pastoreio, ou povoados de granito e xisto, habitados por gente que resiste. Aqui e ali, a paisagem é salpicada por rebanhos de cabras e ovelhas e gado maronês que, à noite, toma o caminho das aldeias…
Operador: Enntours
Caminhadas pedestres
Caminhadas pedestres pela serra do Marão, organizadas e com guia. Percursos de 2, 4 e 6 horas. Os serviços incluem guias, água, snack e seguros. Opção de transporte de passageiros, lanche ou almoço.
Operador: Amarantrilhos
Caminhada Rio Marão – PR6
A Pequena Rota PR6-Rio Marão inicia-se no centro do povoado de Ansiães, a partir do Largo da Pinha, próximo da sede da Junta de Freguesia. Segue por caminho em calçada antiga, de feição ascendente, denominado caminho de “Santo António” e atravessa os lugares de Eido, Peso e Coval. De Ansiães segue em direção ao Viveiro das Trutas (Torno), Alto de Espinho, Pousada de S. Gonçalo e daqui para o Vale da Ribeira do Ramalhoso… São cerca de 4 horas de caminhada (14,3 quilómetros), por paisagens e flora diversificadas.
Percursos serranos
O Convite é para conhecer as serras de Amarante e caminhar por trilhos que abrem caminho através das montanhas. O que se propõe é que quem nos segue desfrute da paisagem e vida animal que habita as serras; que fique a conhecer toda a sua história; que se embrenhe na rotas das minas do Marão ou dos dólmens da Aboboreira… As caminhadas serão criadas de forma a terem uma distância e dificuldade à medida de turistas e visitantes.
Operador: Inside Experiences